Análise: Man of Steel

De cara: Man of Steel é o maior filme de Super-herói do ano. Digo mais, de todos os filmes modernos de super-herói (2000 pra cá), é o melhor também. O primeiro filme de Superman realmente com culhões. Superman com força cósmica mesmo, bordoada a nível Dragon Ball. Um tapa na cara de Superman Returns que mostrava um personagem viadinho que só prestava para ser Stalker. E que vestia uma fantasia de R$1,99. Quem discorda, Haters Gonna Hate.

Como esperado de um Reboot (era a única solução possível para consertar a cagada que foi o Returns), Man of Steel reconta a origem de Kal-El e toda a sua trajetória para se tornar o super-herói mais famoso do nosso mundo. Logo no começo, já tem a porradaria do General Zod invadindo a sala do conselho de Krypton e saindo no tapa com o Jor-El por ele ter roubado o códex com a identidade genética Kryptoniana. A introdução é magnífica e se dá ao trabalho de ilustrar um planeta rico e dotado de atmosfera própria mesmo. Quem prefere o Iglu dos filmes da década de 70 que se foda. Haters Gonna Hate.

Essa introdução conta também com o nascimento do Kal e seu lançamento até à Terra, a prisão do General Zod (e a sua equipe, contando inclusive com a tenente do Zod, Faora S2) nos Dildojets para a Zona Fantasma e a iminente explosão de Krypton. Essa sequência animada dura uns vinte minutos e logo somos apresentados ao Clark Kent pescador que salva a galera da plataforma de petróleo e trabalha como bico de garçom nas horas vagas, além de estourar o veículo dos caminhoneiros folgados. Paralelamente a esses acontecimentos, somos apresentados a diversos flashbacks do Clark criança descobrindo que é um pirralho especial, que é adotado e coisas do gênero. Tem até uma cena cheia de feels onde o pai caipira do Clark morre para tentar salvar o anonimato do garoto e não o vissem como um esquisitinho. Desde então, Clark está em uma jornada para descobrir quem é, de onde veio e tudo mais. Muito depressivo para o seu gosto? Tudo bem, eu também fiquei depressivo enquanto assistia o Coringa do Ledger. Ele não é engraçado também, como realmente deveria ser. Haters Gonna Hate.

Clark chega à Fortaleza da Solidão no mesmo instante em que Lois Lane, gostosona ganhadora do Prêmio Pulitzer, está lá enfiando o bedelho. O Clark acaba salvando a moça e ela ficou fascinada com os poderes dele. Como jornalista é uma raça desprezível, queria descobrir mais sobre ele e fazer um furo desse cara esquisitinho. Agora eu não vou mentir: Até o momento, apesar da cena inicial em Krypton, estava com um pouco de tédio de tanto flashback. Estava vendo pela primeira vez pela internet, de noite, e pensei : “vou ver só mais um pouco e depois vou dormir”. Clark então descobre rapidamente sobre sua origem ao espetar um Pendrive contendo uma representação digital do seu pai, Jor-El, numa máquina da Fortaleza, logo descobre sobre sua origem e ganha a sua famosa roupa. Hora de experimentá-la. Aí, perdi o sono em uma das cenas mais espetaculares até então. Dragon Ball Z na veia. Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão. Haters Gonna Hate.

Nisso, a Lois caça a origem do cuecão (que nesse filme não é cuecão) a partir de boatos e chega a Smallville. Fica amiga do Clark e sabe da sua história. Ela volta pra redação e é só o Clark e sua mãe caipira agora, até que o Zod aparece atrás do Superman (que ainda não era bem Superman) e começa a tensão entre o mundo (na verdade, governo dos EUA, porque nesses filmes americanos é basicamente isso). A Lois sabe da verdade e acaba indo parar sob custódia do exército. O Superman se entrega e fala que vai cuidar sozinho de toda a parada e que era responsabilidade dele. Nisso tem uma cena de jogos mentais do Superman dorgado com o ar Kriptoniano, briga de mulher com a Lois e a Faora, O Pendrive de 1 Terabite do Jor-El zoando com a nave e a fuga da galera. O Zod então decide ir para a cidade do Clark Caipira atrás da nave do Kal-El, atrás do códex capaz de recriar Krypton (eu devia ter falado isso mais cedo, não? Ah, foda-se), obrigando a mãe caipira a mostrá-la. Do nada, aparece o Superman esmurrando o Zod gritando “Não mexe com a minha mãe, seu feelodaputa!” (Tá, não foi assim, mas foi quase). Isso é pra enfiar uma Kriptonita no rabo das marveletes que acusam os heróis da DC serem pouco humanos, com pouca emoção, apego e tal. Ah, essa mesma galera deve gostar do Batman robô do Dolan. Haters Gonna Hate.

Na sequência, começa a batalha mais foda do filme e do ano (ganha de lavada da briga contra o nerdão do Homem de Ferro 3). A luta de Smallville tem direito à explosão, destruição gratuita, Faora dando discurso sobre evolução, Faora enchendo o Super de porrada, “Uma boa morte é a sua própria recompensa”, humanidade confusa e o caralho a quatro. Não gostou? Deve ser o mesmo viadinho que achou Superman Returns um máximo então. Haters Gonna Hate.

O enredo vai rolando, o Zod começa a tocar a zona no planeta Terra, o Super tem que começar a destruir um pouco mais. Uma hora ou outra começa a luta do Zod contra o Superman enquanto a Faora tenta impedir os militares tentando impedir a Terraformação do Planeta para que ele ficasse mais parecido com Kripton. Temos “Uma boa morte é a sua própria recompensa” de novo e a Faora vai parar de volta na Zona Fantasma. Chateado =/. Só que ainda tem a briga do Zod contra o Superman, uma das brigas de super-herói mais animalescas de toda a história do cinema, senão a mais animalesca. É, Vingadores foi foda, mas não foi animalesca. Foi bem tática, de um modo geral. Só o Hulk fazia algo próximo do que ocorre em Man of Steel. Enfim, depois de algumas referências às Indústrias Wayne e ao LexCorp, Zod começa a ameaçar uma família de civis e sobrou pro Superman estourar o pescoço dele. Aí vem o choro “mimimi, Superman não mata, mimimi”. É, reclamaremos do que é cânone. E tem mais, nem tinha o que fazer lá. Foi uma questão de escolha. Se não gostou, foda-se. Se você ler o Superman do Byrne, vai ter um aneurisma. Haters Gonna Hate.

O fim é o Clark uns meses depois sendo apresentado como o novo repórter do Planeta Diário, fácil e simples. Vou para os Estados Unidos arranjar emprego. Como jornalista lá é profissão de ralé (apesar de o Jornalismo em si ser bom), não existe tanto problema para arranjar emprego. E se alguém falar que não é assim, merece uns tapas na bunda, porque o que mais tem lá é jornalista freelance fazendo bico pra arranjar alguma grana. Haters Gonna Hate.

Enfim. É um filme soberbo. Não existe motivo real para não amar o filme. Ou não encará-lo como uma versão definitiva do Superman. É o Superman em maior sintonia com a Terra até hoje. Apesar de ter 33 anos, você vê que ainda é um molecão. E é assim que tem que ser mesmo. Superman é um “Bro”. Tipo uma irmã ou irmão mais velho. É alguém mais sábio do que você, mas, ao mesmo tempo, está lá fazendo as cagadas contigo para dar umas risadas. Vale lembrar que quando o herói foi criado, não havia todo esse misticismo em volta como fazem hoje não só com ele, mas com todo santo herói de quadrinho. O Zack Snyder trouxe o herói repaginado no mundo moderno, mas ao mesmo tempo, da forma mais simples possível. Vá reclamar com ele se não acha isso legal. Haters Gonna Hate.

Ah, esqueci. Hoje existem dois padrões para filme dos encapados. Ou é um filme atolado de piada que chega até a encher o saco, como foi o Homem de Ferro 3, ou tem que ser “Darqui” e 2deep4u, igual à cagada que o Dolan fez com o Batman. Sim, vou falar do Batman sim. Como já disse em vários lugares, toda análise é feita usando alguma coisa como referência. E a minha referência de “Não faça isso”, vai para a trilogia do Dolan. Primeiro vem o Batman Breguinhas que não é lá grande coisa, mas não é ruim por trazer o Ra’s Al Ghul e o Espantalho como vilões, em vez de apelar para o popular. Aí em seguida vem o Caganeira das Trevas, onde são duas horas e meia de Coringa Mendigo. “Ah, ele é referência ao Iluminado e Laranja Mecânica!”. Gozado, o Nicholson É o próprio Jack d’O Iluminado e o Coringa dele não ficou esse monte de merda que foi o Ledger, tentando ser mais do que realmente é. Pra fechar a trinca vem o Caganeira Returns, num filme cujo nível de lógica é comparável apenas ao Batman e Robin, de 97. A trilogia do Nolan? Boa? For you. Haters Gonna Hate.

E falei muito do Nolan, não é por acaso. Acredite, tenho certeza de que dedo dele no filme do Superman foram justamente as partes mais entediantes, como os Flashbacks (ao menos nesse ponto foi uma maneira relativamente original de retratar, mas que foi chato, foi) ou ainda qualquer simbologia. Está certo que essa história de Cristo sempre andou lado a lado do Superman, antes mesmo de qualquer filme. Ainda assim, tem toda a história do Comunismo Kryptoniano presente que nunca foi tão clara. E imbecil. Toda a atmosfera obscura deve ter sido coisa dele. Afinal, foi ele quem deu a grana para que isso fosse acontecer. E dar o dinheiro foi a melhor coisa que ele fez em toda a sua carreira mesmo. Melhor do que Caganeira das Trevas. Melhor do que Inception. Haters Gonna Hate.

E o Snyder? Olha, surpreendeu de novo. Todos os maus-hábitos como diretor foram corrigidos. Seja em cenas monótonas e desnecessariamente grandes – como a de sexo em Watchmen -, seja no uso abusivo do slowmotion que ele insistia em fazer em todos os seus filmes anteriores. Ele mostrou que sabe fazer a lição de casa. Haters Gonna Hate.

Tem também a questão das comparações com os filmes anteriores do próprio cuecão, principalmente o Superman: The Movie, que é análogo ao Man of Steel em contar a história do personagem. O filme é bom. Não dá para negar. É um bom filme? É, mas não tira o mérito de Man of Steel. Quem o idolatra hoje acima de todas as coisas é puro viuvismo do Reeve. E quem elogia Returns é quem gosta de comer merda também. Haters Gonna Hate.

O pior é gente chorando sobre o Superman matando. Vi umas críticas que elogiam o filme inteiro, mas só o considerou ruim por causa disso. Afinal, deixar o planeta inteiro morrer é melhor mesmo do que matar um cara só. Se ainda desse para mandar à Zona Fantasma, era uma coisa. Nem isso era possível mais. Crítica negativa com o Man of Steel tem mais é que se foder mesmo. Tem os críticos gringos com choro por causa da destruição excessiva. Não choraram com Vingadores. Se forem tão frescos com porradaria em escala intergaláctica, que vão assistir Clube da Luluzinha que ganham mais. Tem choro também porque prédio cai e só, também. Ai, Americunt é ridículo para chorar e inventar referência a um acontecido resolvido de mais de 10 anos atrás. Deviam jogar fora qualquer coisa relacionada ao passado – os que idolatram o Superman do defunto Reeve também – e começar a analisar o filme como um trabalho independente. Do zero. Ah, melhor não. Fizeram isso e se esqueceram do Coringa do Nicholson e começaram a lamber as bolas do Coringa mendigo. E pra quem insiste em achar que esse Coringa presta, Haters Gonna Hate.

Man of Steel é o filme que Kal-El precisava. Precisava voltar à esfera popular e reivindicar seu posto como o Super-herói mais foda do mundo. É o filme que ele precisava. Que nós precisávamos. E MUITO, MUITO MAIS do que realmente merecíamos. Porque a sociedade não gosta disso. Gosta de Caganeira das Trevas com Coringa Mindigo e Caganeira Returns com o Bane franguelo e a Talia baranga. Gosta da Zorra Total que é Homem de Ferro 3. É, é bem esse monte de bosta nesse nível que merecem mesmo.


Informações

  • Baseado no personagem da DC Comics
  • Duração:143 Min.
  • Ano:2013
  • Direção:Zack Snyder
  • Roteiro:David S. Goyer
  • Trilha Sonora:Hans Zimmer
  • País: Inglaterra; Estados Unidos
  • Gênero: Ação
  • Estrelando: Henry Cavill, Amy Adams, Michael Shannon, Antje Traue, Russel Crowe, Kevin Costner.

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11 comentários sobre “Análise: Man of Steel

  1. Não há como eu concordar mais, eu vi um monte de reviews que teciam elogios no dois primeiros atos e esculachavam o terceiro, mas é aí que o filme fica bom, eu me pergunto: “É um filme do Superman, o que você quer ver? Ação desenfreada ou Superman e os vilões ficarem duas horas em diálogos e monólogos?” Sinceramente o que fode é mesmo a direção de arte (deve ser mesmo dark do Nolan) Returns já mostrou que esse esquema não funciona e nunca vai funcionar com Superman, eu adoraria ver um filme “The Death of Superman” nesse esquema, mas com uma arte mais colorida e vibrante, mas eu duvido que aquele crossover vai ter…

      1. Eu sinceramente não entendo o sucesso que o Returns com os “críticos”, o filme é inconsistente as fuck, o filme não sabe definir a era em que quer se passa e nem consegue se definir como um reboot ou continuação da série de filmes antigos, além do final parecer mais uma fanfic.Eu realmente gostei que eles aceitaram correr mais riscos na história, principalmente no fato do “Superman não mata ninguém”, já que pra mim isso é uma enorme besteira, já que se o Superman é a criatura mais forte do universo e sai por aí metendo porrada, cedo ou tarde ele ia acaba matando algo. O pessoal que tá chorando por isso, deve ser o mesmo que ficou gozando na tela do computador naquele vídeo que o Superman ganhou do Goku.

      2. A história do Super não matar ninguém só surgiu com a Era de Prata, que foi quando tava com a censura em alta e precisavam achar um jeito de tornar as histórias um pouco mais brandas e exemplares.

        E Returns é horrível. E nem é pela inconsistência apenas. O conjunto da obra é feio.

  2. Pingback: Análise: Sucker Punch | Horny Pony

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