Mangázinhos, pls come to Brazil!!!1111onze!!!

Sim, esse é, de fato, um post sem fundamento algum onde eu só falo merda  com uma pseudo-lista cheia de achismos ditos como se eu realmente manjasse para caralho do mercado editorial de mangá só para ver se atrai a atenção de algum leitor eventual desavisado — do mesmo jeito que já fiz outras vezes como quando falava de JoJo no Brasil. E sim, você provavelmente já deve ter visto essa mesma pauta em outros sites mais sérios sobre o assunto (e provavelmente com os mesmos mangás), mas que se foda.

Falando em JoJo, aliás, eu estava certo e eu sempre estive certo. É uma série meio doida que precisou vir num padrão incomum para o mercado brasileiro — aquela bodega é praticamente um livro — e tentar se vender de alguma forma. Apesar de eu já ter verborragizado em demasia sobre a não-vinda para a série no Brasil, chegamos a um panorama em que a obra de Hirohiko Araki finalmente foi publicada. Isso aconteceu por um motivo simples: estamos num ponto em que, aparentemente, não há mais nada para publicar.

Admitamos: o auge dos mangás no Brasil já foi — e isso não tem nada a ver com crise. Tivemos um momento no nosso mercado editorial em que todas as grandes e principais séries para o público estavam sendo publicadas em simultâneo. Entre 2011 até 2013 ou 2014, aproximadamente, tínhamos Naruto em sua reta final, Bleach e Toriko quando ainda tinham alguma relevância, One Piece voltando a ser publicado, Shingeki no Kyojin sendo a mais nova sensação do momento e com publicação recém-confirmada e segue. Não esquecereis que Fullmetal Alchemist já tinha sido completado e Hunter X Hunter já tinha alcançado o hiato infinito do Japão.

Então está bem, o que era essencial para o público otaco já tinha vindo para cá oficialmente. Aos poucos, esses títulos vão acabando porque o arquivo histórico de grandes séries icônicas ia se esgotando e não era toda semana que um título arrebatador surgia no Japão e que poderia ser trazido para cá no intuito de manter o mercado aquecido. Dessa forma, as editoras precisaram recorrer a certos recursos. Primeiramente é a questão da republicação. Dragon Ball caminha para sua quarta edição brasileira (meio-tanko da Conrad, Kanzenban da Conrad, Tankobon da Panini e agora essa nova edição “colorida” da Panini). Naruto já veio em edições Pocket e Gold, além da normal. Fullmetal Alchemist, Rurouni Kenshin, Hellsing, Evangelion, Sakura Card Captors e Cavaleiros do Zodíaco voltaram ao mercado porque são mangás com potencial reciclável de vendagem graças à necessidade de remediar os lançamentos originais em meio-tanko.

Em determinado momento, o poço seca e novas alternativas impensáveis para o mercado começam a se tornar atraentes. Cavaleiros do Zodíaco, por exemplo, está sendo republicado pela enésima vez também, tal como Dragon Ball será, em uma edição caríssima para os saudosistas dessa série de merda que se arriscam pagar uma nota preta por causa da cegueira causada pela nostalgia que torna essa bosta melhor do que realmente é. Pokémon era um mangá cujo mercado editorial precisava, mas demorou pacas para alguma editora realmente botar a mão na massa. JoJo e Hokutão sempre foram considerados pesadelos editoriais, mas a necessidade acabou surgindo e veio. HNK, aliás, eu sempre achei de uma importância histórica muito maior do que a de JoJo, pelo seu contexto oitentista que tornou a obra um produto de sua época.

Tendo tudo isso em vista, comecei a pensar: quais outras séries que ainda não pintaram no Brasil e que poderiam ter algum apelo, tendo em vista essa nova política editorial que surgiu dada a crise — não econômica, não “do papel”, mas de títulos atrativos que valham o investimento? Meu primeiro pensamento foi a respeito de certos animes que chegaram a ser exibidos no país e poderiam puxar o público original de quando foi exibido.

Konjiki no Gash Bell é o primeiro nome que me veio à mente. Claro, minha memória pode estar me enganando, mas eu lembro de ter achado bem legal quando assisti nos meus tempos de moleque. Talvez o mercado esteja com o pé atrás por causa de trinta e três volumes. Por ser uma série corrente e não dividida em etapas — como Pokémon ou JoJo — que podem justificar um cancelamento ao final de determinado arco de história caso dê alguma merda, talvez estejam com pé atrás.

Aliás, qualquer coisa com mais de vinte volumes, ao meu ver, é carta fora do baralho. Isso acaba com minhas esperanças de ver Sket Dance e Excel Saga por aqui, uma pena. Válido ressaltar que há exceções, visto que Dr. Slump é relativamente novo, mas ó, tem o nome do Toriyama e é republicação.

Isso me faz pensar, inclusive, que o Toriyama tem uma bibliografia de one-shots que poderiam ser trazidos. Já vieram Jaco, Kajika e Neko Majin, mas não se arriscaram com Sandland ou Ackman, por exemplo, que são um volume só. Aqui é um caso em que o peso da camisa ganha jogo fácil.

Voltando a respeito da quantidade de edições, acho que é por isso que as editoras estão olhando com mais seriedade lançamentos em edições de luxo, visto que elas geralmente significam volumes maiores em menor número. Hokutão virá em dezoito volumes em vez dos vinte e sete convencionais por terem usado uma edição especial gringa de base. JoJo, idem.

O Tanko tradicional, aliás, vem perdendo cada vez mais espaço no mercado hoje, só olhar a JBC se focando em lançamentos para livrarias, como é o caso de Alita: Battle Angel e Ghost in the Shell (publicados no intuito de tentar pegar uma carona nos live action, vale ressaltar) e a Panini elevando o padrão ao fazer Dragon Ball Super a vinte pilas — isso me lembra que padrão é algo que não existe mais, visto que cada novo mangá lançado é num formato diferente.

Falando em Ghost in the Shell, isso me faz pensar no motivo de Appleseed não ser publicado. É do mesmo autor e são apenas quatro volumes, considerando a série original. É estranho mesmo, considerando que Ghost in the Shell 2 está bem longe de ter o mesmo apelo do original e eles ainda estão tentando apostar na continuação de Alita, uma vez que o live action foi adiado e sacaneou o timing deles em relação ao primeiro lançamento. ALÔ ALÔ, QUERO APPLESEED, DÁ PARA TRAZER.

Outro mangá que sempre vi com algum potencial para vir e nunca veio é Saint Onii-san. Digo, a série é relativamente conhecida nos círculos menos profundos dos otakus porque seu conceito nonsense chamou atenção por próprio mérito. É porque está em publicação ainda que não pensam em tentar o licenciamento? Não querem treta com igrejas evangélicas que mandam no país? Mistério.

Falando, inclusive, em obras conhecidas fora do sétimo inferno otaco, por que não trazem material daquele que aparentemente é completamente blindado a críticas e endeusado por essa turma? Se Akira é um sucesso de vendas a ponto de figurar constantemente nos mais vendidos da Amazon mesmo custando uma nota preta, imagina o estrago que Nausicaä no Vale do Vento não faria se viesse agora ao país, mas no mesmo formato e com um HAYAO MIYAZAKI estampado bem grande na capa. Galera que é weaboo wannabe pira nesse tipo de coisa. Claro que existe a possibilidade de já terem tentado e os próprios japas terem vetado por conta da cagada que a Conrad fez com o título anos atrás.

Falando em vender por nome, por que Gin no Saji não chegou a ser licenciado? “Da mesma autora de Fullmetal Alchemist” não significaria alguma coisa? Nah, vou ser realista aqui e dizer que até venderia no primeiro e segundo volumes, mas no terceiro iam perceber que não passa de uma série chata pacas e os números iam despencar.

Para finalizar, eu comentei de Pokémon mais cedo e sempre vi potencial no mangá porque ele angaria vários públicos diferentes — o fã de Pokémon por si só que normalmente não consome mangá certamente deve ter sido atingido pelo título. O mangá de The Legend of Zelda, ao menos nos primeiros volumes, vendeu muito bem porque o jogador da série se preocupou em ir atrás também. Dito isso, por que não arriscar em outros mangás de games? MegaMan NT Warrior já foi publicado (parcialmente) em meio-tanko. Não chegou a ser completado, mas é notável como Mega Man tem uma pá de mangás que chegaram a ser publicados no Japão.

É claro que posso (devo) estar falando merda, visto que que o mangá do Resident Evil que chegou por aqui pela Panini (aquele Marhawa Desire) tem a maior cara de ter flopado gostoso. Lembro-me de alguns mangás de Street Fighter que chegaram a vir, mas não sei como se saíram. Ainda assim, tenho a ligeira impressão que um mangá de Metroid se sairia bem aqui — mesmo a arte dele sendo uma merda e que provavelmente mais afastaria leitores do que atrairia.

Na real, é óbvio também que muito do que eu falei aqui é projeção. Não falei nada de Super Campeões provavelmente porque estou cagando para a série, reforçando tal ponto. Há alguns outros que chegaram a ser exibidos por aqui de forma tímida pelo Animax que poderiam encontrar algum nicho, como Nodame Cantabile ou GetBackers (quase quarenta volumes, então nem fodendo).

Mas eu obviamente estou viajando. Se nem Shurato, que tem um mangá sem-vergonha (mas tem) foi publicado, por que tudo isso o que eu falei seria? É sempre muito mais fácil e seguro pegar o caminho do Shonen famosinho e continuar publicando seus Promised Neverland, Black Clover e Boku no Hero Academia do que pensar em diversificar o público, bem como ficar estendendo um lançamento em dez anos com periodicidade esparsa e visando lucrar o máximo possível de geeks millenials endinheirados com títulos como Akira. Isso sem deixar de ordenhar a vaca dourada de Dragon Ball e Naruto, visto que ela não parou de dar leite com aquele negócio horrendo que é o mangá de DBSuper e com Burrito, o filho do Naruto cujas aventuras nemli e nemlerey (já basta as do pai).

Apesar disso, não retiro o que disse de que as editoras estão ficando sem opções seguras a respeito do que pode ser publicado. A insistência com títulos antigos e certos, bem como riscos que antes não tomavam é o fato prévio que já tornou comprovada a hipótese. Entretanto, reforço que há lugares muito melhores para se ler sobre mercado editorial de mangás do que aqui no Horny Pony.

Ah, tem Mushishi também — mas não, vamos investir naquele fracasso daquele selo INK que só perdeu tempo e dinheiro com aquele mangá bosta de Kill la Kill…

Tem uns negócios que eu realmente não entendo. Digo, tudo bem ter receio de publicar absolutamente TODOS os nomes que botei no texto aqui, mas não precisa ser especialista para sacar que ESSE SIM era um troço que ia dar errado, né?

Tl;dr: Eu quero Gash Bell, Sket Dance, Excel Saga, qualquer bostinha do Toriyama, Appleseed, Saint Onii-san, (republicação até o fim de)  Nausicaä no Vale do Vento, Gin no Saji, Metroid, Nodame Cantabile, GetBackers, Shurato e Mushishi sendo publicados no Brasil.

Artigo Relacionado: [Meus Mangazinhos]

Aliás, chuto que Devilman vem também. Você leu primeiro aqui.

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3 comentários sobre “Mangázinhos, pls come to Brazil!!!1111onze!!!

    1. Também acho que não mesmo. Fiz o post mais pela zoeira mesmo.

      Os únicos que eu acho que têm uma possibilidade um pouco maior é o Devilman e o Appleseed, mas porque são bem curtos e têm renome já.

      1. Zane

        Esses dois parecem interessantes pela sinopse talvez eu procure para ler depois, mas agora estou ocupado na parte 4 de jojo

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