Análise: SKET Dance

Devem ter alguns spoilers aí. Não digam que não avisei. Ah, comentem AQUI, não no link do Facebook.

Sabe aquele humor pastelão, que tem umas piadas tão ruins, mas ruins mesmo – e toscas – que você acaba achando graça da ruindade? Então, SKET Dance é mais ou menos assim. Publicado na Jump e virou um anime há um pouco menos de um ano, pela Tatsunoko.

Olha, falando sério, não era para eu ter assistido, pra início de conversa. Aí eu comentei no Pizza Time (R.I.P.) que iria assistir 「C」 só porque era da Tatsunoko. Surgiu então o comentário do Mioqs Mizuiro sugerindo que eu assistisse SKET Dance, já que é da Tatsunoko também. Não sei o que me levou de fato a baixá-lo e assisti-lo, mas foi isso que fiz. Bom, eu ri bastante, mesmo não devendo.

SKET Dance é um slice-of-life meio pastelão que conta a estória de três amigos que montam um clube escolar cujo intuito é resolver os diversos problemas dos outros estudantes, desde conquistar a garota amada até achar um chaveiro perdido. Nesse ponto, não é motivo para reclamar. Não possui um enredo metido a complexo e aposta no carisma dos personagens, e são muitos, se quer saber.

Basicamente, SKET Dance é só isso. Acontece é que, como num formato de sitcom, por mais que seja repetitivo por não ter um enredo sequencial que se estende por episódios a fio, este anime aposta nas mais variadas situações que os personagens – de caráter forte – se encontram e como eles reagem à essas situações de maneiras diferentes. Portanto, mais importante do que explicar o enredo, é relevante introduzir os personagens, ou pelo menos, nesse caso, os principais.

O personagem principal da série é Yusuke Fujisaki, mais conhecido pelo seu apelido: Bossun. É o líder da equipe, sempre preocupado em ajudar o próximo – um dos motivos que desencadeou na formação do SKET-dan (sigla para Support, Kindness, Encouragement, and Troubleshoot – Em português, “Ajuda, Bondade, Encorajamento e Soluções de Problemas”, ou ainda SKET é ocidentalização de Suketto, em português, ajudante). Bossun acaba por ser um personagem muito emotivo e focado em seus objetivos, além de possuir habilidades acima da média para desenho e nos momentos que requerem algum tipo de concentração ou algum tiro de estilingue.

Dividindo o protagonismo com Bossun, encontramos Himeko, cujo nome de nascença é Hime Onizuka, mas é também conhecida por sua alcunha: Onihime – em português, Princesa Demônio. O título se aplica a ela por causa de seu jeito moleque: é a indivídua mais forte da turma e é para ela que sobram as brigas. Também muitas vezes age como um garoto e é a integrante do SKET-Dan com maior afinidade para os esportes. Apesar de tudo isso, também é provida de características que surpreendem por serem femininas, como a habilidade para a culinária, bem como afinidade com crianças. Diversas vezes é insinuado que ela teria uma queda por Bossun (e vice-versa), mas nada aconteceu, de fato.

O membro mais incrível do SKET-Dan é Switch. Switch é um entusiasta por animes e gênio da informática. Não existe informação que o grupo necessite que não esteja ao alcance dele. Kazuyoshi Usui nunca fala. Sempre com seu Notebook, ele emula uma voz computadorizada que reproduz o que é digitado. Repare que usei o termo “entusiasta”. Isso porque apesar de ser praticamente um Otaku, ele odeia as pessoas que neste grupo se encaixa. Ele não suporta os olhares dos fanboys cegos, odeia o Moe e encara tudo com olhares críticos (exemplificado por essa screen). Creio que Switch, de certa forma, se parece com este que vos escreve.

Outros personagens não protagonistas, mas que possuem relevância são Shinzo Takemitsu, um estudante meio xarope que pensa que é um samurai – e se vestindo igual a um em pleno século XXI – movido à bala de menta, Yuuki Reiko, uma estudante com vaga verossimilhança à Samara (d’O Chamado) e fanática pelo ocultismo e sobrenatural. Ela serve como contraponto ao Switch, que tenta explicar tudo através da lógica e ciência comprovada. Não podemos esquecer-nos da Roman Saotome, uma garota que vê o Bossun como príncipe encantado e é aspirante à mangaká, mesmo desenhando horrivelmente mal. Tem também a Yabasawa, uma líder de torcida cuja boca tem o formato de um três. Aliás, é engraçada porque ela é gorda.

É comum que todos os heróis tenham seus anti-heróis, não sendo necessariamente os vilões. É aí que entra o grupo do conselho estudantil que visam manter a ordem na escola. São eles os responsáveis em promover os eventos e fiscalizar se tudo ocorre em seu devido lugar. Sempre tentam fechar o SKET-Dan por alegarem que não é um clube sério. O Conselho estudantil, contudo, protagoniza vários episódios, onde sua seriedade diante dos fatos acaba os tornando cômicos.

Entre os integrantes do conselho estão Soujirou Agata, o líder preguiçoso com um QI altíssimo (deve ser normal para os japoneses de QI alto serem preguiçosos), mas focado e responsável para com o seu trabalho. É várias vezes repreendido Sasuke Tsubaki, o vice-presidente. Certinho e estressado, é o principal rival de Bossun. Michiruy Shinba é a “cara” do Conselho estudantil. Narcisista, todas as mulheres caem aos seus pés, além de ser um exímio cozinheiro. Existem também as meninas. Mimori Uryuu é a filha de uma família rica e faz questão de resolver os problemas com seu dinheiro. Apelida de de Daisy(-chan), tem também Kikuno Asahina, uma garota perfeccionista e fria que adora falar em siglas.

O corpo docente também integra boa parte da gama dos personagens, como Kunio Yamanobe, o afeminado professor de geografia que sempre pede ajuda do SKET-Dan para divulgar seus jogos estranhos, muitos dos quais deles vieram da China (literalmente). Remi é uma ex-apresentadora de programa infantil que decide virar professora (tratando seus alunos como crianças de cinco anos) e Tetsuji Chuma, um cientista louco e ligeiramente depressivo. Não nos esqueceremos do excêntrico diretor e do professor de carpintaria maníaco por cortar madeira com sua serra elétrica, J-Son.

SKET Dance é interessante por ser simples. O humor é predominante, por isso, muitos dos rumos que levam o enredo do episódio acabam por ser surpreendentes, quase um Troll, por não ser de maneira alguma como nós esperávamos. Um bom exemplo é o final de um arco em que ocorre uma gincana na qual os participantes do SKET-Dan participam contra o conselho estudantil. Aliás, apesar da maioria dos episódios serem fechados, os arcos que se formam algumas vezes, se estendendo por vários episódios, são incríveis, como o concurso de bandas promovido pelo próprio diretor.

Válido ressaltar as diversas referências à cultura popular. Encontrei uma porrada delas, desde Jojo’s Bizarre Adventure e Dragon Ball à Michael Jackson e Star Trek, contando inclusive com um Crossover com Gintama, outra série da Jump também conhecida por ter humor escrachado. Contudo, nem tudo é risada. Alguns dos episódios, estes bem sérios, exploram o passado dos protagonistas. Por sinal, foram episódios muito bem encaixados ao longo da série, nada de tacar tudo de uma vez ao público.

É agora, inclusive, que entrarei com a rotineira análise do psicológico. As três personagens principais tiveram um passado conturbado. Curiosamente, alguns de meus amigos que também tiveram seus passados conturbados de alguma forma (não entrarei em detalhes por questões óbvias) tendem a querer ajudar as pessoas. Não sei se é mera coincidência, mas vi alguns deles nos personagens principais (Aí entraria toda uma hipótese minha que os piores e mais folgados são aqueles nascidos em berço de ouro e coisa e tal, mas fica para outro dia).

Quanto à parte técnica, a Tatsunoko nunca decepciona. Animação lindíssima e fluida, com direito inclusive a expressões exageradas que não parecem terem sido feitas com a bunda (J.C Staff, isso é indireta a você). A trilha sonora também é cativante e empolgante. É o que eu já falei: A trilha precisa ser notada e parecer intrínseca ao episódio em vez de um som colocado lá de qualquer jeito. As quatro aberturas até agora são bastante caprichadas. Embora não possa dizer que os encerramentos não sejam tão bons quanto, também não deixam a desejar.

Por fim, SKET Dance é um anime com um enredo consistente e interessante sem ao menos ter enredo. Isso ocorre graças ao fato dos personagens que sustentam a trama serem bem construídos. Acompanho desde o primeiro episódio e jamais reclamei de perda de qualidade ou ao menos acusei algum episódio de ser ruim. Obrigado ao Mizuiro, sem seu conselho (sempre ele), SKET Dance teria me passado em branco.


Informações

  • Autoria Original:Kenta Shinohara
  • Episódios:48 (Ainda em Exibição)
  • Ano:2010
  • Direção:Keiichiro Kawaguchi
  • Trilha Sonora:Shuhei Naruse
  • Estúdio: Tatsunoko

Crítica: Big 3 – As três maiores (merdas) da Jump


Escrevi este texto no ano passado e não tive oportunidade de publicá-lo até agora. Vou postá-lo integralmente e qualquer adição está em negrito e as correções foram feitas riscando o texto antigo. Só para constar: Na época, Naruto tinha acabado de entrar na guerra Ninja e o Aizen tinha acabado de ser preso – porque ninguém é capaz de dar um fim nele, o autor deve ter ficado com pena, depois de todo esse tempo enrolando.

É muito engraçado as pessoas virem falar de opinião. Essa suposta opinião é livre e ninguém pode ficar recriminando-a. O que isso tem a ver? Olha, do jeito que está a Shounen Jump com seu “Big3” “Big2”, essa ideia de opinião está bem distorcida. Acontece é que as três duas maiores séries: One Piece e Naruto e Bleach estão uma tranqueira, sem falar de Bleach, que não é sequer a sombra do que já foi . E vou agora citar os três individualmente e mostrá-los onde esse papo de opinião entra.

Naruto já começou fedido, mas era por ser uma copiazinha de Dragon Ball, então, considerei como coisa menor. O enredo original contava a história de ninjas que realizavam missões para suas respectivas vilas. Sim, não adianta negar, mas era isso que Naruto era. E apesar de serem ninjas extravagantes, não deixavam de ser. As lutas tinham um pingo de estratégia por parte dos personagens, como no arco do Zabuza, que víamos névoa por tudo quanto é lado e as técnicas silenciosas faziam sentido e a coisa de se ocultar ao ambiente também. Naruto ERA isso.

Naruto é um Shounen. É um mangá para jovens de 10 a 15 anos. Não é pra ter complexidade e merece um enredo de fácil compreensão por parte dos leitores, onde o principal valor da série deveria estar contido no carisma dos personagens. Dragon Ball era assim.

Pausa aqui para respirar. Se você acha errado ficar comparando, saiba que não é loucura nenhuma, pois tudo para ser avaliado, precisa ter um parâmetro, e para Shounen, o melhor é, sem dúvida, Dragon Ball. Portanto, não faça birra.

Ao mesmo tempo em que Naruto começou a se meter uma de complexo, com suas conspirações em todo lugar num ambiente que se tornou paranoico, ele tentou se meter a ser um novo Dragon Ball, mais ou menos quando o Itachi voltou à Vila da Folha. E pela porta da frente ainda (é fantástico como um procurado como ele consegue entrar sem problemas em qualquer lugar desse jeito). Aí começaram lutas em campo totalmente aberto, técnicas explosivas e power ups totalmente previsíveis, principalmente na luta do Naruto com Sasuke. Muito bonito um ninja explodir em raiva e Chakra, assim como o Sasuke digievoluir para aquele segundo estágio, ambos num campo aberto e explodindo cada vez mais com técnicas cada vez mais absurdas.

O Naruto tentou criar é um “Dragon Ball Complexo”. E isso não é bom, pois Dragon Ball com complexidade é paradoxo. Quando começou o Shitpooden, a série engrenou uma descida sem fim. Foram mortes cada vez mais desnecessárias, como a do Asuma e do Jiraiya, bem como técnicas cada vez mais explosivas e ridículas, exemplificadas pelo Fuuton: Rasen Shuriken e pelo Raiton: Kirin, desvalorizando técnicas que já eram fortes, como o próprio Chidori e o Rasengan, que hoje, até os genins mais retardados de Konoha agora sabem. Esse desenvolvimento do poder dos personagens foi uma coisa que tirou o equilíbrio. Antes o Naruto tinha o sonho de se tornar um Hokage, o Ninja mais poderoso da vila. Agora o Naruto é mais poderoso que um monte de Kage e cadê o seu sonho realizado? Ah, agora a série que se chama “Naruto” gira à volta do Sasuke. Esqueci.

O nível de luta dos personagens é desequilibrado. No topo estão Madara, Sasuke e Naruto e muito, mas muito embaixo me aparece o resto da turma. Foi desprezível o Kakashi apanhar daquele jeito para o Pain. Dragon Ball mesmo, que com seus poderes tão absurdos conseguiam manter um nível. Apesar de ser sempre o Goku o mais forte, tinham vários outros personagens no encalço e que juntos, conseguiam segurar muito bem os vilões. O Vegeta só apanhou com os esforços em conjunto do Goku, Kuririn e Gohan, sendo que o primeiro e mais forte, no fim das contas foi o primeiro a cair. Com o Freeza, Piccolo mostrou um poder que ficava pau a pau com o vilão e no arco do Cell mesmo, o Tenshinhan que pouco aparece se mostrou incrivelmente poderoso, quase teria levado o Cell em sua forma Semi-perfeita sozinho, se houvesse ajuda. Em Konoha, podia mobar a vila inteira que o Pain consegue se livrar de todos ao mesmo tempo. Não há mais equilíbrio.

Assim como o fim do equilíbrio, houve o fim dos elementos ninja. Não há mais nada que caracterize Naruto como um mangá ninja. A mudança foi da água para o vinho. Se eu quiser ver personagens lutando com poderes assim, prefiro continuar lendo meus Vingadores que eu ganho mais, mas não. Se eu falo que não gosto de Naruto porque acho ruim, os fanboys começam a encher minha paciência e não me deixam ter opinião própria. Ok.

Bleach padeceu do mesmo mal que Naruto. Foi uma tentativa de complexão da série ao mesmo tempo em que ela fugia do foco inicial. O que era? A estória de um “policial espiritual”, que trazia a ordem para o mundo, purificando os espíritos que eram corrompidos de alguma forma e trazendo estabilidade. O que ficou? X-Men com Samurais.

Acho que não existem mais Hollows desequilibrando o mundo. A turma dos Shinigamis passou a ficar mais preocupada com o Aizen e sua rebeliãozinha do que a proposta original, que eram os vários Hollows enchendo o saco do distrito Karakura. Sério, agora são personagens demais e ainda continuam aparecendo novos e muitos dos antigos já se perderam. O quê diabos aconteceu com a Neliel? Quê diabos aconteceu com o Grimmjow? E olha que esses aí já são de uma época que o mangá estava tranqueira, que começou justamente com o Aizen arredando o pé da Soul Society e apareceram os (desnecessários) Vaizards e Arrancares.

Se forem levar a sério mesmo, em todo esse tempo de publicação, dá pra separar a série em apenas três quatro arcos. O do Shinigami Substituto, o resgate da Rukia, a gigantesca (bota gigante nisso) parte final do plano do Aizen (este, também tendo seu poder amplificado ao extremo) e os Fullbringers. A ideia ideal seria a de dar um power up ao protagonista só depois dele ter tentado absolutamente tudo. Bom, o Ichigo está tão forte que muitos (senão todos) capitães. E o Bankai do Urahara? Porque ele não apareceu contra o Aizen? Bom, a atual situação é que o Aizen foi preso, mas eu tenho certeza que num futuro, voltará. Vaso ruim não quebra.

Bleach começou a complexar. Antes era o Yin e o Yang. O lado negativo e o positivo. Hollows e Shinigamis. Agora é Arrancar, É Bount, é Quincy, É Vizard e tenho certeza que viria mais coisa por aí. É uma gama imensa de Shikai, Bankai, Resurrección e vai vir mais coisa por aí. É Espada, Capitão, Tenente, Vasto Lorde e vai vir mais “ranks” por aí. É muito conteúdo mal usado. Bleach já não tem mais jeito nenhum. JoJo tem tanto personagem como Bleach, mas dificilmente eles acabam sem um final concreto. Mais uma coisa que Bleach tem de JoJo? Ah, eu sempre ri dos desenhos dos dois autores. Acho que ambos querem criar uma grife de moda.

E com certeza, é E como previa, foi o primeiro dos chamados “Big3” a cair. O Anime já dava uma audiência ridícula, atolado de Fillers que as massas (por motivos totalmente desconhecidos ou sem nexo) odeiam e já correu o mundo de que ele tá para acabar uma vez. Alarme falso, mas semana passada, já anunciaram o arco final e anunciaram que no mesmo horário do Anime iam colocar um anime do Rock Lee.. Olha, do jeito que anda, é meio difícil a série continuar por mais dez anos, como prometeu o autor. Ele pode ter um milhão de ideias na cabeça, mas a verdade é que se uma série vai mal, a editora cancela. A verdade é que quando uma série é ruim, ela é inevitavelmente cancelada, por mais que o autor tenha uma porrada de ideias na cabeça. Afinal, de que elas adiantarão se não consegue colocá-las em prática?

Aí eu falo que Bleach é ruim e eu leio, aparecem-me pessoas que começam a reclamar “Ah, se é tão ruim, pare de ler”. Ok.

Por fim, antes de tudo, quero deixar muito claro que vendagem e audiência não significam qualidade. Para provar, temos Big Brother Brasil, Facebook, Orkut, Wolverine, Loeb, God of War, GTA, Black Eyed Peas e Lady Gaga (apesar desta ser uma estória para outro dia). Então senhores Fanboys, o argumento do “Mangá mais vendido do mundo” é nulo. Assim como “Japoneses entendem mais de mangá que os ocidentais” não tem fundamento. Os inventores do Futebol, à maneira como é jogado hoje, são os Ingleses e olha só quem domina. Assim como o Carnaval, que foi trazido à nós pelos portugueses e era chamado de “entrudo” (sim, Horny Pony também é cultura).

Vamos procurar o que One Piece tem de especial… Piratas. Pelo que eu me lembre, Piratas fazem Harrr! Saqueiam e matam a sangue frio, só para conseguirem mulheres e bebida em seus covis secretos. Erm… Luffy, volte para a escola de piratas, pois você é o único que não corresponde aos padrões da sociedade. O Naruto, por mais cabeça oca que seja e não as use, ele sabe técnicas ninja, considerados os mestres da furtividade e, apesar de hoje em dia não ser assim, teve uma época que ele tinha que fazer missões sem chamar atenção e tal, não tinha? Luffy, você é virgem e sóbrio, não é? Barba Negra, Barbarossa e Francis Drake devem estar tendo um chilique na cova agora.

Deixa-me ver… Poderes… Ah! Um homem borracha! O Dr. Reed Richards mandou lembranças. Os poderes são adquiridos como? Ah! Por uma fruta do demônio, muito rara… O Diavolo de JoJo não tinha umas coisas assim? Ah é… Eram flechas…

Bom, pois é, acaba sendo inexplicável esse sucesso que One Piece possui. Se baseia numa trama totalmente chocha, pelo menos até onde vi, personagens sem criatividade (O Luffy é uma cópia do Goku pelas atitudes) e acusam “complexidade”.

Bom, amigos, mangás Shounen não podem ser complexos! Dragon Ball se resume a “bata no vilão”. JoJo se resume a “alcance o vilão, depois bata nele”. “Ah, mimimi, JoJo não pode ser comparado porque é um Shounen estilo Seinen, igual Hokuto no Ken”. Não existe Shounen estilo Seinen. É tão paradoxal quanto Naruto com complexidade. Shounem é para uma faixa etária de 10 a 15 anos. Seinen é entre os 20 aos 30. Existe alguém que pode ter 15 e 20 anos, ao mesmo tempo? Acho que não. Pare de tentar achar sua complexidade só porque a sociedade o taxa de adulto demais para acompanhar seu mangazinho. Sinceramente, se quer complexidade, vá ler Machado de Assis, George Orwell, Franz Kafka e similares.

Então vamos lá. One Piece não tem nada de interessante desde o início, devido os motivos que já citei acima. “Ah, mimimi, a série praticamente só começa depois do capítulo XXX”. E eu com isso? – perguntava eu quando vinham com a mesma falação todas as santas vezes. “Se não viu a série de verdade, não pode opinar”.

Ok. A série tem que ser boa no início. Sem mais nem menos. É pra captar a atenção do leitor no começo, e não nos 30 ou 40 primeiro episódios. Existem séries muito bem construídas e boas com os mesmo 40 (ou menos) episódios que One Piece demoraria a engrenar. E o pior é, se eu realmente visse toda essa porcaria (dá pra usar termos piores) e continuasse a falar mal, iriam dizer o mesmo que dizem para mim quando eu critico Naruto ou Bleach “Ah, então pare de assistir, simplesmente”. Então quer dizer que ninguém, absolutamente ninguém pode falar mal da sua seriezinha tranqueira? Faça-me o favor.

E é aí que voltamos à questão de opinião. A sociedade torna-se cega à realidade. Criou-se um sentimento cego, originado pela porcaria da educação mundial em conjunto do pensamento consumista e atrás de maior número de vendas. Educados somos, então, para engolir qualquer porcaria que nos colocam na frente. É isso que acontece. Não há ninguém para dizer “não quero isso porque é tranqueira”. Não há mais uma mobilização alegando a necessidade de qualidade porque a sociedade foi educada para acreditar que aquilo que praticamente nos obrigam a comprar tem qualidade. E não é bem assim.

“Ah, mas material pra vender não pode ter qualidade, senão atinge um único público alvo”. Mentira. Matrix é um filme que caiu nas massas e tem mais qualidade que um monte de porcaria cultuada por aí, justamente por ter uma filosofia à sua volta. Em Star Wars, vemos um universo inteiro criado praticamente da própria mente humana. Até mesmo Avatar, que a mídia hora idolatra, hora desce o pau tem um universo inteiro criado à sua volta. E olha que o enredo dessas nem é tão complexo assim e possuem sacadas geniais.

Na própria Jump temos séries correntes boas e de menor importância por serem ofuscadas por porcaria. Bakuman, por exemplo. Dos mesmos autores de Death Note (que não é ruim ao extremo como essas que foram citadas, mas é superestimado demais), Blue Dragon: RalΩGrad (que foi tranqueira de verdade) e o design simplesmente repugnante de Castlevania: Judgement, Bakuman acertou na mosca. É um enredo água com açúcar de dois paspalhos que querem ser mangakás, mas por ser sem sal como é, acaba sendo mais didático e interessante que Bleach ou One Piece.

SKET Dance também. É um enredo incrivelmente simples, mas que prefere se focar nas personalidades dos protagonistas para fazer comédia. Sorte que as notícias relacionadas à anime e mangá, em tempos recentes, não estão mais tão ruins. Bleach teve seu último arco anunciado – pra não dizer cancelado, de uma vez -, Hunter X Hunter, que se não fosse pela falta de profissionalismo do Togashi poderia ter se tornado um novo Dragon Ball (e sem enganação, igual One Piece), voltou com tudo, seja por causa do seu novo anime e retomada do mangá. Rurouni Kenshin parece que vai ganhar uma nova adaptação em anime, bem como anunciaram coisa nova para Saint Seiya. O que não se pode deixar é voltar para trás e deixarem Toriko – uma série tão tosca quanto One Piece – abocanhar o lugar de Bleach como uma das maiores da Jump.

A opinião existe, sim, você pode gostar de merda, mas, por favor, tenha consciência de que isso é merda. Ou quem sabe, continue gostando dela cegamente. Um milhão de moscas não podem estar erradas.